chicago, o musical, a obsessão

11 dez

Come on, babe, why don’t we paint the town?

And all that jazz.

Minha história de amor com o musical Chicago data de 2003.

Em Dezembro deste ano, fiz um intercâmbio para a Austrália, onde fui treinar com uma equipe de natação por alguns meses (pra quem não sabe, fui atleta de natação por 11 anos, tinha o sonho de ir para as Olimpíadas e nessa época podia comer 7kg/dia de macarrão sem engordar… bons tempos). Treinava de manhã e à tarde, juntamente com minha ~irmã~, que também era atleta. Nossa ~mãe~ nos levava de carro até a piscina, que ficava a uns 25 minutos de casa. Todo santo dia, o CD que tocava no carro era a trilha sonora do filme Chicago, que tinha sido lançado no ano anterior, 2002. Ao final de 2 meses, eu sabia de cor todas as letras, todas as respirações, todas as notas tocadas pelo trombone tenor Bb calibre fino. Até aí, ainda não era um caso de amor, estava mais para um flerte, eu diria.

Acontece que, mesmo sabendo a trilha sonora inteira, eu ainda não tinha visto o filme. Este dia chegou, e quando vi e ouvi as músicas que conhecia se encaixando perfeitamente numa história fantástica, repleta de sarcasmo e ironia (razão da minha existência), com atores talentosíssimos, and all that jazz… tudo fez sentido. Foi paixão à primeira vista. Vi, revi e revi.

O críticos de plantão já vão dizer – mas o filme é uma coisa, o musical da broadway é outra! Pois bem. Em 2010, realizei o grande sonho de ver o musical na Broadway, ao vivo e a cores. Nessa temporada, estava escalada para o papel de Roxie Hart, a cantora/atriz Ashlee Simpson (essa mesmo, all the pieces, pieces, pieeeeces of me) e para o papel de Velma Kelly, a atriz Deidre Goodwin, que atuou no próprio filme, no papel de June, umas das six merry murderesses of the cook county jail. Saí de lá nas nuvens, a densidade emocional de espetáculos ao vivo é absurda.

Pop, Six, Squish, Uh-uh, Cicero, Lipschitz

Não sei bem ao certo o que me comove tanto. Acho que é a mistura de tudo: música, dança, teatro, a sátira e as referências, anos 20, fama, crime, paixão. Os grandes gênios são, sem dúvida, John Kander, Fred Ebb e Bob Fosse. O primeiro compôs as músicas, o segundo compôs as letras e, juntamente com o terceiro, o libretto da peça.

Tenho o songbook do musical e confesso que não são poucas vezes que me pego ensaiando os números musicais, pela casa, na frente do espelho, esperando o suposto dia da minha audition em Nova York. Plano R.

M.

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